Do rio eu ouço alacridade
Que tantas vezes ocorreu
Durante toda a minha vida.
É sonho, é realidade?
É algo que vi, me comoveu
De maneira mui sentida.
O ribeirão tem sua foz
Depois de ativar tafona
Que do milho faz farinha.
Que belo ouvir a sua voz
Que alegre me ressona
Já da tenra infância minha.
Junta-se ao rio turbulento,
Que de águas ajuntadas
Fica rio exuberante
Ribeiro desce a contento
Com cascatas “pela estrada”,
Pelas lajes ressonantes.
Águas ele fornecia
Para nós e para o gado
Na morada de madeira.
Somente paz e harmonia
Ele tem nos demonstrado
Pela voz das corredeiras.
Agora se junta ao caudal
Depois de via triunfante
Até a roda do moinho.
Em atitude serviçal
E por vezes anelante
Lá levavam grãos meninos.
A roda ativa, resfolegante
Movia nossa admiração
Dentro, a pedra os grãos moía.
A farinha resultante
Se tornava gostoso pão
Que no forno se cozia.
Aqui saudamos o ribeiro,
Após passados tantos anos
Desse sítio bem distante.
O milho vinha no cargueiro
Muita vez o carregamos
Em tarefa estafante.
Toda a nossa
vizinhança
Para lá levava o milho
Para o pão de cada dia.
Fica-nos, porém lembrança,
Desse tempo já longinho
Com seu pão e alegria.
Hoje a roda de outrora
Está partida ao relento
Junto à mó desativada.
Mas corrente mui sonora
Nos ressoa pelo tempo
Sempre ouvida e amada.
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