Junto à casa, meu pinheiro,
Companheiro
do abelhal,
Voltas
sempre ao pensamento.
És
tão reto e altaneiro,
Era
o teu habitual,
Pra
ti meu canto e sentimento.
Ramada
tua, das mãos distante.
Nutria-nos
com bons pinhões,
Era
um cone para o céu.
Com
porte alto-elegante
Prendes
nossas atenções,
Jogando
grimpas para o léu.
Que
jogo ledo a gente via
No
romper da luz solar
Clareando
teu perfil.
Para
nossa face ria
A
luz em festa jubilar.
Por
tua grimpa é mais gentil.
Mas
no quadro gracioso
Ria
toda a nossa infância,
Ria
eu e meus irmãos.
D’abelhas
grupo sonoroso
Produzia
mel na estância,
Tu,
a pinha e seu pinhão.
Por
minha vez produzo rima,
Que
saltita em minha mente
Como
as gralhas a dançar.
Meu
pinheiro, se bem me exprima,
Dás
à musa d’ambiente,
Bons
motivos pra cantar.
De
fato em meio às tuas grimpas
Com
cuidado recolhias
A
poeira das estrelas.
E
nessa copa verde e limpa
Te
cantava a cotovia,
E
zuniam as abelhas.
De
teus galhos observavas
Nossos
passos para o rio
Trazendo
água para casa.
As
abelhas trabalhavam
Com
afã e vozerio
E
recebias canto e asa.
Tens
um porte de nobreza
Nessa
busca pelo sol,
Nos
teus braços acolhedores.
E
contemplando esbeltezas
Que
irradias em grande rol
Temos
voz de trovadores.
Pois
descendo ao ribeirão,
Eu
te vejo, meu pinheiro,
Junto
à tenda do abelhal.
Dá-me
pinha e pinhão,
Aurora
e aves nos rameiros,
Em
troca dou-te madrigal.
Sei
que troca é desigual,
Pelos
dotes excelentes
Que
exibias na estância.
Mas,
a modo do abelhal,
Vou
colhendo os componentes
Pra
lembrar-te na distância.
Entre
vários componentes
Lembro
grimpas e gravetos
Teus
tombados pelo chão.
A
mãe bondosa e diligente
Pedia-nos
juntá-los secos
Para
o fogo do fogão.
E
com fogo incandescente
A
gente punha teus pinhões
Na
chapa para os assar.
E
dali da chapa quente
Sob
estalos e rojões
Eles
vinham ao paladar.
Usando
vestes flaneladas,
Nós
crianças encolhidas
Ao
fogo tínhamos as mãos.
Lá
fora, em matinal geada
Tinhas
ramas embranquecidas,
E
eu te embalo na canção.
Conosco
foste fraternal
Até
num ato louvador
De
teu verde resplendente.
Ao
celebrarmos o Natal
De
Deus Menino Salvador
Dás-Lhe
ramas de presente.
Onde
em grimpas sol nascia
E
aves tinham seu cantar
Ali
te vejo, meu pinheiro
Em
ti penduro as tropelias
Deste
meu peregrinar,
Ó
saudoso companheiro
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